
Meus anseios, meus sentimentos desfeitos
neste cais da saudade...
Tantos sonhos, tantas promessas
de eterna felicidade...
Ternuras, juras e mais juras na
nossa última despedida...
Um último abraço, último
beijo, último olhar entre lágrimas,
sua cruel partida...
Tudo que me fazia feliz se foi
junto ao navio que desapareceu
em alto mar...
Esqueceu rapidamente que para trás
deixou este alguém a chorar...
Talvez agora nem se lembre da
minha solitária existência...
Um alguém que dedicou o amor em
plena consciência...
Diariamente, mesmo sabendo ser
utopia,
volto a este cais cheio de
esperança.
Fixo os olhos no horizonte, às
vezes uma longínqua fumaça...
Quem sabe, pode ser você para
os meus braços voltando...
Sou sim um escravo do amor,
mesmo assim continuo esperando...
Cada navio atracado, inutilmente
procuro na multidão
na ânsia de avistá-la...
Com tristeza vejo como tudo
isso é irreal, custo a acreditar...
Que nada na sua vida
representei, nem uma saudade no íntimo aflorar...
Mesmo assim resta a esperança
de um dia voltar...
Ciente de que jamais viria
novamente a mim...
Como um sonho irreal, mesmo
assim aguardarei até o meu fim...
Nunca imaginou o tamanho amor
que tenho guardado...
Isso não importa mais,
o tempo não me perdoou, ficou no passado...
Continuarei à sua espera
mesmo inutilmente, noite e dia...
E a cada navio atracado em mim
abate uma triste alegria...
Como sempre a procura de você,
que me esqueceu...
Não importa isso, estou aqui
desde que o dia amanheceu...
Neste cantinho da plataforma, até
as gaivotas acostumaram
com minha diária presença,
muitos de mim se aproximaram...
Pareciam dizer-me em coro, esqueça
este sentimento que tanto te
amargura...
Abra os olhos para um novo
horizonte, existe muita ternura.
Hoje vivo da
triste realidade, consumido pela saudade
e pela dor...
Mesmo que não queira, não
consigo deixar de dedicar-lhe o meu amor...
No silêncio da madrugada, como
companhia só a recordação.
Imaginando se um dia realmente
foi só meu o seu coração...
Olho para o infinito, onde o céu
e o mar parecem se abraçar....
Sei que em algum lugar está você
que deixou de me amar...
A maré só me traz saudade do
tempo que estive ao seu lado...
Corroído pela ânsia de vê-la,
fico inerte e continuo esperando-a...
Nunca mais quero amar ou um
carinho compartilhar...
Esta minha incerta estrada
quero sozinho continuar a caminhar...
Que posso fazer se desejo que
seja assim.
Dedicar um amor mesmo a alguém
que não se lembra mais de mim...
Todo porto é salpicado de lágrimas,
de dor ou saudade das partidas...
E recheada de emoções e
realização ou decepção nas vindas...
Tanta gente aguardando como eu,
um certo alguém...
Muitos entristecem pois não
chegou ninguém.....
Autor: Pegasus.2® |
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